O dia 21 de janeiro é, desde 2007, reconhecido por lei como o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Para marcar a data, a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, por meio da Superintendência de Política para a Promoção da Igualdade Racial, juntamente com a Administração Regional Nacional e o grupo de trabalho que reúne lideranças das comunidades tradicionais de matriz africana realizam um ato no próximo sábado (21/01), das 15h às 17h30, no Parque das Amendoeiras.
O superintendente de Políticas para Promoção da Igualdade Racial, João Pio, informou que a caminhada integra a agenda de atividades proposta, ao longo dos últimos anos, pela superintendência e pelo Conselho Municipal de Igualdade Racial. “Diante do quadro de aumento dos casos de intolerância religiosa no país e no município de Contagem, particularmente contra as religiões de matriz africana e indígena, essa ação tem como propósito a promoção do diálogo e do respeito à diversidade religiosa e ao sagrado de todas as religiões. Por isso, convocamos as comunidades e as pessoas para que participem e se engajem no processo de construção de uma Contagem antirracista”, destacou.
Percurso
A caminhada seguirá o seguinte percurso:
Saída pela rua Turfa nº 319 - Pedra Azul, em frente ao Parque das Amendoeiras, rua Turfa, avenida Tancredo Neves; rua Paulo César de Mendonça; rua Henriqueta Mendonça Rigolon; rua Santa Maria. A chegada será na rua Turfa em frente ao parque, com encerramento na quadra esportiva.
Dados da Superintendência de Políticas para Promoção da Igualdade Racial apontam que, em Contagem, as religiões de matriz africana somam cerca de 60 terreiros de Candomblé e Umbanda, número marcante na cidade. Contudo, em alguns momentos, já sofrem com a intolerância religiosa.
Em Contagem, o Programa Contagem na Década Afrodescendente tem ações que objetivam o enfrentamento ao racismo e a intolerância religiosa, por meio da promoção dos direitos, valorização da diversidade religiosa, do diálogo e do respeito. A caminhada está dentro desta perspectiva.
21/01 - Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa
Foi essa a data da morte da Ialorixá baiana Gildásia dos Santos e Santos, conhecida como Mãe Gilda de Ogum, falecida em 2000. Mãe Gilda era uma ativista e liderança religiosa, que foi vítima de intolerância religiosa por ser praticante de religião de matriz africana.
A sacerdotisa foi acusada de charlatanismo, sua casa atacada e pessoas da comunidade foram agredidas. Vítima de infarto, ela faleceu no dia 21 de janeiro de 2000. O caso foi levado à justiça e a família foi indenizada. Um marco importante para o enfrentamento ao racismo religioso no país.